HOJE,30/12/11,FIQUEI PENSANDO SE EU TIVESSE ANOTADO TODAS AS GRAÇAS QUE EU E MINHA FAMÍLIA RECEBEMOS DURANTE ESTE ANO NÃO DARIA PARA AGRADECER A DEUS POR CADA UMA.MAS MESMO ASSIM QUERO REGISTRAR O MEU MUITO OBRIGADA POR TODO CUIDADO, PELA ATENÇÃO,PELO AMOR,PELAS PROVIDÊNCIAS QUE O SENHOR TOMOU EM CADA MOMENTO E EM CADA SITUAÇÃO,NÃO FALTOU NADA.
SUA PRESENÇA É REAL NA MINHA VIDA .MUITO OBRIGADA SANTÍSSIMA TRINDADE,NOSSA SENHORA E TODOS OS SANTOS E ANJOS E POR TUDO,QUE TENHO E SOU.TE AMO PAI,JESUS,ESPÍRITO SANTO,MEU ANJO DA GUARDA.
QUE 2012 SEJA DE MUITA PAZ, SAÚDE,ALEGRIA ,FELICIDADES E A GRAÇA DE DEUS NA VIDA DE TODOS.FIQUEM COM DEUS ELE TE AMA CADA DIA MAIS,E ESTÁ COM MITA SAUDADES DE VOCÊS.
ESTOU TÃO CANSADA QUE A MUITOS DIAS NEM POSTO O SANTO DO DIA.
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
ROTINA NUNCA!
PODE VOCÊ ENTENDER UMA PESSOA QUE DIZ QUE AMA,MAS NÃO PARTILHA NADA DA SUA VIDA COM A PESSOA AMADA.
TODOS OS DIAS VOCÊ FICA SABENDO DE UMA NOVIDADE DESAGRADÁVEL.
O TEMPO PASSA,PASSA E COMO PASSA MAS A PESSOA NÃO MUDA.É SECRETA,EGOÍSTA, NÃO AMA, NÃO RESPEITA SEU CÔNJUGE,NÃO PARTICIPA DE NENHUM PROBLEMA.EXTRAPOLA FINANCEIRAMENTE E NADA CHEGA EM CASA COM ESSE DINHEIRO.
MAS E O AMOR ONDE É QUE ENTRA NESTA FAMÍLIA?
ENGOLIR SAPO, PERERECA E OUTROS BICHOS MAIS JÁ PASSEI DA CONTA.
ADOECER DE DECEPÇÃO NÃO POSSO CONTAR CONTAS VEZES,INSONIA,ANSIEDADE,VONTADE DE CHUTAR O PAU DA BARRACA,TAMBÉM JÁ PASSEI DAS MEDIDAS.SABE SINCERAMENTE NÃO SEI MAIS COMO CONVIVER COM TANTAS NOVIDADES DESAGRADÁVEIS.
ESTOU NO LIMITE.O QUE VOCÊ FARIA SE FOSSE EU?
TODOS OS DIAS VOCÊ FICA SABENDO DE UMA NOVIDADE DESAGRADÁVEL.
O TEMPO PASSA,PASSA E COMO PASSA MAS A PESSOA NÃO MUDA.É SECRETA,EGOÍSTA, NÃO AMA, NÃO RESPEITA SEU CÔNJUGE,NÃO PARTICIPA DE NENHUM PROBLEMA.EXTRAPOLA FINANCEIRAMENTE E NADA CHEGA EM CASA COM ESSE DINHEIRO.
MAS E O AMOR ONDE É QUE ENTRA NESTA FAMÍLIA?
ENGOLIR SAPO, PERERECA E OUTROS BICHOS MAIS JÁ PASSEI DA CONTA.
ADOECER DE DECEPÇÃO NÃO POSSO CONTAR CONTAS VEZES,INSONIA,ANSIEDADE,VONTADE DE CHUTAR O PAU DA BARRACA,TAMBÉM JÁ PASSEI DAS MEDIDAS.SABE SINCERAMENTE NÃO SEI MAIS COMO CONVIVER COM TANTAS NOVIDADES DESAGRADÁVEIS.
ESTOU NO LIMITE.O QUE VOCÊ FARIA SE FOSSE EU?
NÃO IMPORTA O JEITO,MAS É SEMPRE BOM!
RECEBI ESTA MENSAGEM E ACHEI IMPORTANTE.
POIS,NÃO É COMO EU ACORDO.
E SIM ACORDAR!!!DIZ ASSIM:
HOJE QUANDO ACORDEI LEVANTEI DA CAMA E MINHA COLUNA FEZ TRECK, FIQUEI EM PÉ E MEUS JOELHOS FIZERAM TRECK,OLHEI PARA O CHÃO E MEU PESCOÇO FEZ TRECK,AÍ EU FALEI:CARAMBA! ALÉM DE GOSTOSA TO FICANDO CROCANTE.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
20 de dezembro
São Domingos de Silos
É historicamente reconhecida a influência das
ordens religiosas na formação da sociedade européia na Idade Média. Numa época
onde a força era a suprema lei e o valor militar de um homem se sobrepunha a
todos os outros, os monastérios eram verdadeiros oásis de paz e os monges, os
guardiões da cultura, do direito e da liberdade. Talvez o maior defensor dos
valores monásticos tenha sido o religioso Domingos de Silos, que valorizava nos
mosteiros o ensino não só da agricultura como dos demais ofícios e artes.
Domingos nasceu no ano 1000, em Navarra, Espanha, no seio de uma família pobre
e cristã. Quando menino, foi pastor de ovelhas. Já desse período se conta que
era bondoso ao extremo, oferecia leite de ovelha para alimentar os caminhantes
pobres. Ao mesmo tempo, gostava muito de estudar, motivo que levou seus pais a
entregá-lo ao padre da paróquia onde moravam. Ele criara uma escola ao lado da
igreja.
Saiu-se tão bem que o padre quis ordená-lo sacerdote. Antes disso, Domingos
resolveu experimentar a vida de eremita para depois, enfim, entrar num convento
beneditino, onde descobriu sua verdadeira vocação, pois logo se tornou exemplo
para os demais monges. Quando completou trinta anos, foi encarregado de
restaurar e reabrir o Mosteiro de Santa Maria, havia muito tempo fechado. Para
isso tornou-se esmoleiro, trabalhou como operário, fez de tudo um pouco para
conseguir recursos e poder receber os candidatos à vida monástica. A surpresa
veio, quando viu que, entre eles, estava seu próprio pai, além de alguns
parentes.
Terminada essa obra, foi convidado a ser o abade do Mosteiro de São William de la Cogola. Foi
perseguido, porém, pelo príncipe de Navarra, que tinha a intenção de apossar-se
dos bens do convento. Assim, teve de refugiar-se em Castela. Lá , recebeu
com prazer a missão de reavivar o Mosteiro de São Sebastião de Silos, em
Burgos, quase desabitado e em decadência total. Domingos foi abade do mosteiro
por mais de trinta anos, sendo considerado seu novo fundador. Imprimiu espírito
novo, atividade intensa e fecunda, tornando-o um centro de cultura e cenáculo
de evangelização.
Ao final da vida, era chamado de "apóstolo de Castela". Previu a data
da própria morte, que ocorreu em 20 de dezembro de 1073. Festejado nesse dia
pela Igreja como são Domingos de Silos, a sua popularidade é muito vasta.
Depois de sua morte, o nome do abade foi impresso, na história da Espanha, ao
lado de "el Cid Campeador", o libertador do povo espanhol do jugo dos
invasores infiéis.
19 de dezembro
Santo Urbano V
O Papa Urbano V assumiu o cargo em 1362, numa
época em que a Europa sofria agitações sociais muito intensas. Numa tentativa
de manter o pontífice longe das intrigas e das lutas políticas e
revolucionárias, que dominavam Roma, a sede da Igreja fôra transferida para
Avignon, na França.
Urbano era monge beneditino e pertencia a uma nobre família francesa. Quando
jovem estudou ciências jurídicas e depois lecionou direito em Montpellier e na
própria Avignon. Um dia, trocou a laureada toga pelo humilde hábito de monge,
chegando a ocupar altos cargos dentro da Ordem beneditina.
Sua biografia é cheia de adjetivos elogiosos: "professor emérito,
estudioso de renome, abade de iluminada doutrina e espiritualidade". Por
tudo isso foi escolhido pelo Papa Inocêncio IV para desempenhar missões
diplomáticas delicadas. Pelo mesmo motivo, quando Inocêncio morreu, foi eleito
seu sucessor, mesmo não sendo cardeal.
Seu pontificado durou somente oito anos, mas caracterizou-se, segundo os registros
oficiais, pela sábia administração, pelo esforço de renovar os costumes e pela
nobreza de intenções. Ele reformou a disciplina eclesiástica e reorganizou a
corte pontifícia de maneira que fosse um exemplo de vida cristã, cortando pela
raiz muitos abusos. Mas também se preocupava com a instrução do povo. Era o
período do humanismo e o ex-professor de direito não mediu esforços para
promover as ciências e criar novos centros de estudos. A pedido do rei da
Polônia, ergueu e fundou a universidade da Cracóvia e, na universidade de
Montpellier, fundou um colégio médico, ajudando pessoalmente estudantes pobres.
No terreno político e militar seu trabalho também foi reconhecido. Organizou
uma cruzada contra os turcos muçulmanos que ameaçavam a Europa. No plano missionário,
enviou numerosos grupos de religiosos às regiões européias ainda necessitadas
de evangelizadores, como a Bulgária e a Romênia. Além de organizar uma
expedição missionária para levar a palavra aos mongóis da longínqua Ásia.
O grande sonho do Papa Urbano V, porém, era levar de volta a sede da Igreja
para Roma. Conseguiu isso, em outubro de 1367, sendo recebido com entusiasmada
aclamação popular. Foi o primeiro a se estabelecer no palácio ao lado da
Basílica de São Pedro, no Vaticano. E, desde então, se tornou a residência
oficial dos pontífices. Mas a paz durou pouco. Alguns anos depois Urbano V foi
novamente obrigado a deixar Roma, e voltar para Avignon, onde faleceu em 19 de
dezembro de 1370.
18 de dezembro
São Graciano
Graciano foi um dos sete missionários cristãos
enviados por Roma, para evangelizar na região da Gália, futura França. Conforme
os registros da diocese de Tours, consta que Graciano foi o primeiro bispo
dessa diocese.
Tudo começou no ano 249, quando Graciano chegou a Tours, local que o papa
Fabiano, agora santo, lhe designara para exercer o cargo de bispo. A cidade não
possuía igreja, os pobres eram maltratados e os enfermos, marginalizados; era
dominada, completamente, pelo paganismo. Desde o início, como representante do
catolicismo, passou a ser perseguido pelos infiéis, que não queriam deixar a
adoração dos falsos deuses.
Em certos períodos, a perseguição era tanta e tão feroz que Graciano precisava
esconder-se em lugares solitários. Lá, reunia os cristãos e os interessados em
converter-se para poder celebrar os sacramentos, a missa e pregar a palavra de
Cristo.
Mas o bispo perseverou e o grupo de cristãos foi crescendo. Os pobres da
cidade, pela primeira vez, começaram a receber atenção e ajuda comunitária. Ele
fundou, até, um hospital para os doentes abandonados, que antes não existia
para eles. Esse árduo e fecundo apostolado durou cinqüenta anos.
Segundo a tradição, o próprio Jesus teria aparecido ali para avisar o bispo
Graciano que a sua morte se aproximava. De fato, logo depois ele morreu, numa
data imprecisa, mas no ano 301. Seu corpo foi sepultado no cemitério cristão
que ele mesmo implantara nos arredores da cidade.
Mais tarde, suas relíquias foram transferidas para a antiga Catedral de Tours,
que era dedicada a são Martinho e, atualmente, é dedicada a são Graciano. Por
isso ela é chamada, pela população francesa, de "La Gatienne ". A festa
do primeiro bispo de Tours foi fixada pela Igreja no dia 18 de dezembro.
17 de dezembro
São João da Mata
São João da Mata
A missão de salvar cristãos prisioneiros dos
turcos foi mostrada a João da Mata em uma visão que teve ao celebrar logo a sua
primeira missa. Essa foi a motivação que tornou possível a Ordem da Santíssima
Trindade e da Redenção dos cativos, ou somente Padres Trinitários, como são
conhecidos, que tinha como objetivo resgatar cristãos presos e mantidos como
escravos pelos inimigos muçulmanos. Nessa época, o Império Otomano, dos turcos
muçulmanos, dominava aquelas regiões.
A nova Congregação foi fundada em 1197 por João da Mata, com o apoio do
religioso Félix de Valois, considerado seu co-fundador, também celebrado pela
Igreja. A autorização da Igreja veio através do papa Inocêncio III, um ano
depois. Mas João, antes de procurar o auxilio de seu contemporâneo Félix, já
levava uma vida social e religiosa voltada para a luta a favor dos oprimidos.
João da Mata nasceu em 23 de junho de 1152, em Francon, no sul da França, e
desde pequeno mostrou sua preocupação para com os injustiçados. Ele chegava a
dividir com os pobres todo o dinheiro que recebia dos pais para seu
divertimento. Depois de tornar-se sacerdote e ter-se doutorado em teologia em
Paris, procurou Félix, que vivia recluso e solitário, com o qual conviveu por
três anos. Nesse período, planejaram a criação da nova Ordem e a melhor maneira
de lutar pela liberdade dos cristãos, então subjugados, segregados e muitos
mantidos em
cativeiro.
Recuperou-se, reuniu os cristãos e os embarcou num navio que devia levá-los a
Roma. O barco acabou sendo atacado, teve as velas rasgadas e o leme quebrado.
Os registros e a tradição contam que João da Mata tirou o manto, rezou,
transformou-o numa vela, pediu a Deus que guiasse o navio e, assim, chegaram ao
porto da cidade italiana de Óstia. Depois, muitos outros cristãos foram
libertados dessa maneira, na África, pelos integrantes que engrossavam a nova
Congregação.
A Ordem dos Trinitários cresceu tanto que seu fundador teve de construir várias
outras casas comunitárias, tamanha era a solicitação para o ingresso. João da
Mata morreu santamente, no dia 17 de dezembro de 1213. O papa Inocêncio XI
elevou à honra dos altares são João da Matha, cuja celebração foi estabelecida
para o dia de sua morte.
16 de dezembro
Santa Adelaide
Santa Adelaide
Narrada por santo Odilo, abade de Cluny, que
conviveu com ela, a vida de santa Adelaide emociona pelos sofrimentos que
passou. De rainha tornou-se prisioneira, sofreu maus-tratos e passou por
diversas privações para, depois, finalmente, assumir um império. Tudo isso
dentro da honestidade, vivendo uma existência piedosa, de muita humildade e
extrema caridade para com os pobres e doentes.
Nascida em 931, Adelaide era uma princesa, filha do rei da Borgonha, atual
França, casado com uma princesa da Suécia. Ficou órfã de pai aos seis anos. A
Corte acertou seu matrimônio com o rei Lotário, da Itália, do qual enviuvou
três anos depois. Ele morreu defendendo o trono, que acabou usurpado pelo
inimigo vizinho, rei Berenjário. Então, a rainha Adelaide foi mandada para a
prisão. Contudo, ajudada por amigos leais, conseguiu a liberdade. Viajou para a
Alemanha para pedir o apoio do imperador Oto, que, além de devolver-lhe a
Corte, casou-se com ela. Assim, tornou-se a imperatriz Adelaide, caridosa,
piedosa e amada pelos súditos.
Durante anos tudo era felicidade, mas o infortúnio atingiu-a novamente. O
imperador morreu e Adelaide viu-se outra vez viúva. Assumiu seu filho Oto II,
que aceitava seus conselhos, governando com ponderação. Os problemas
reiniciaram quando ele se casou com a princesa grega Teofânia. Como não gostava
da influência da sogra sobre o marido, conseguiu fazê-lo brigar com a mãe por
causa dos gastos com suas obras de caridade e as doações que fazia aos
conventos e igrejas. Por isso exigiu que Adelaide deixasse o reino.
Escorraçada, procurou abrigo em Roma, junto ao papa. Depois, passou um período
na França, na Corte de seu irmão, rei da Borgonha. Mas a dor da ingratidão
filial a perseguia, Viu, também, que ele reinava com injustiça, dentro do luxo,
da discórdia e da leviandade, devido à má influência de Teofânia. Nessa época,
foi seu diretor espiritual o abade Odilo, de Cluny. Ao mesmo tempo, o abade
passou a orientar Oto II. Após dois anos de separação, arrependido, convidou a
mãe a visitá-lo e pediu seu perdão. Adelaide se reconciliou com filho e a paz
voltou ao reino. Entretanto o imperador morreria logo depois.
Como o neto de Adelaide, Oto III, não tinha idade para assumir o trono, a mãe o
fez. E novamente a vida de Adelaide parecia encaminhar-se para o martírio.
Teofânia, agora regente, pretendia matar a sogra, que só não morreu porque
Teofânia foi assassinada antes, quatro semanas depois de assumir o governo.
Adelaide se tornou a imperatriz regente da Alemanha, por direito e de fato.
Administrou com justiça, solidariedade e piedade. Trouxe para a Corte as duas
filhas de sua maior inimiga e as educou com carinho e proteção. O seu reinado
foi de obrigações políticas e religiosas muito equilibradas, distribuindo
felicidade e prosperidade para o povo e paz para toda a nação.
Nos últimos anos de vida, Adelaide foi para o Convento beneditino de Selz, na
Alsácia, que ela fundara, em Strasburg. Morreu ali com oitenta e seis anos de
idade, no dia 16 de dezembro de 999.
15 de dezembro
Santa Virgínia
Centurione Bracelli
Virgínia, riquíssima, filha de um doge da
República de Gênova, nasceu em 2 de abril de 1587. O pai, Jorge Centurioni, era
um conselheiro da República. A mãe, Leila Spinola, era uma dama da sociedade,
católica fervorosa e atuante nas obras de caridade aos pobres. Propiciou à
filha uma infância reservada, pia e voltada para os estudos. Mesmo com vocação
para a vida religiosa, Virgínia teve de casar, aos quinze anos, por vontade
paterna, com Gaspar Grimaldi Bracelli, nobre também muito rico. Teve duas
filhas, Leila e Isabela. Esposa dedicada, cuidou do marido na longa enfermidade
que o acometeu, a tuberculose. Levou-o, mesmo, para a Alexandria, em busca da
cura para a doença, o que não aconteceu. Gaspar morreu em 1607, feliz por
sempre ter sido assistido por ela.
Ficou viúva aos vinte anos de idade. Assim, jovem, entendeu o fato como um
chamado direto de Deus. Era vontade de Deus que ela o servisse através dos mais
pobres. Por isso conciliou os seus deveres do lar, de mãe e de administradora
com essa sua particular motivação. O objeto de sua atenção, e depois sua
principal atividade, era a organização de uma rede completa de serviços de
assistência social aos marginalizados. O intuito era que não tivessem qualquer
possibilidade de ofender a Deus, dando-lhes condições para o trabalho e o
sustento com suas próprias mãos.
Desenvolvia e promovia as "Obras das Paróquias Pobres" das regiões
rurais conseguindo doações em dinheiro e roupas. Mais tarde, com as duas filhas
já casadas, passou a dedicar-se, também, ao atendimento dos menores carentes
abandonados, dos idosos e dos doentes. Fundou uma escola de treinamento
profissional para os jovens pobres. Numa fria noite de inverno, quando à sua
porta bateu uma menina abandonada pedindo acolhida, sentiu uma grande
inspiração, que só pôs em prática após alguns anos de amadurecimento.
Finalmente, em 1626, doou todos os seus bens aos pobres, fundou as "Cem
Damas da Misericórdia, Protetoras dos Pobres de Jesus Cristo" e entrou
para a vida religiosa. Enquanto explicava o catecismo às crianças, pregava o
Evangelho. As inúmeras obras fundadas encontravam um ponto de encontro nas
chamadas "Obras de Nossa Senhora do Refúgio", que instalou num velho
convento do monte Calvário. Logo o local ficou pequeno para as
"filhas" com hábito e as "filhas" sem hábito, todas
financiadas pelas ricas famílias genovesas. Ela, então, fundou outra Casa,
depois mais outra e, assim, elas se multiplicaram.
A sua atividade era incrível, só explicável pela fé e total confiança em Deus. Virgínia foi
uma grande mística, mas diferente; agraciada com dons especiais, como êxtases,
visões, conversas interiores, assimilava as mensagens divinas e as concretizava
em obras assistenciais. No seu legado, não incluiu obras escritas. Morreu no
dia 15 de dezembro de 1651, com sessenta e quatro anos de idade, com fama de
santidade, na Casa-mãe de Carignano, em Gênova. A devoção aumentou em 1801, quando seu
túmulo foi aberto e seu corpo encontrado intacto, como se estivesse apenas
dormindo. Reavivada a fé, as graças por sua intercessão intensificaram-se em
todo o mundo.
Duas congregações distintas e paralelas caminham pelo mundo, projetando o
carisma de sua fundadora: a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Refúgio no
Monte Calvário, com sede em Gênova; e a Congregação das Filhas de Nossa Senhora
do Monte Calvário, com sede em Roma.
14 de dezembro
São João da Cruz
Seu nome de batismo era Juan de Yepes. Nasceu em
Fontivaros, na província de Ávila, Espanha, em 1542, talvez em 24 de junho.
Ainda na infância, ficou órfão de pai, Gonzalo de Yepes, descendente de uma
família rica e tradicional de Toledo. Mas, devido ao casamento, foi deserdado
da herança. A jovem, Catarina Alvarez, sua mãe, era de família humilde,
considerada de classe "inferior". Assim, com a morte do marido, que a
obrigou a trabalhar, mudou-se para Medina, com os filhos.
Naquela cidade, João tentou várias profissões. Foi ajudante num hospital,
enquanto estudava gramática à noite num colégio jesuíta. Então, sua
espiritualidade aflorou, levando-o a entrar na Ordem Carmelita, aos vinte e um
anos. Foi enviado para a Universidade de Salamanca a fim de completar seus
estudos de filosofia e teologia. Mesmo dedicando-se totalmente aos estudos,
encontrava tempo para visitar doentes em hospitais ou em suas casas, prestando
serviço como enfermeiro.
Ordenou-se sacerdote aos vinte e cinco anos, mudando o nome. Na época, pensou
em procurar uma Ordem mais austera e rígida, por achar a Ordem Carmelita muito
branda. Foi então que a futura santa Tereza de Ávila cruzou seu caminho. Com
autorização para promover, na Espanha, a fundação de conventos reformados, ela
também tinha carta branca dos superiores gerais para fazer o mesmo com
conventos masculinos. Tamanho era seu entusiasmo que atraiu o sacerdote João da
Cruz para esse trabalho. Ao invés de sair da Ordem, ele passou a trabalhar em sua
reforma, recuperando os princípios e a disciplina.
João da Cruz encarregou-se de formar os noviços, assumindo o cargo de reitor de
uma casa de formação e estudos, reformando, assim, vários conventos. Reformar
uma Ordem, porém, é muito mais difícil que fundá-la, e João enfrentou
dificuldades e sofrimentos incríveis, para muitos, insuportáveis. Chegou a ser
preso por nove meses num convento que se opunha à reforma. Os escritos sobre
sua vida dão conta de que abraçou a cruz dos sofrimentos e contrariedades com
prazer, o que é só compreensível aos santos. Aliás, esse foi o aspecto da
personalidade de João da Cruz que mais se evidenciou no fim de sua vida.
Conta-se que ele pedia, insistentemente, três coisas a Deus. Primeiro, dar-lhe
forças para trabalhar e sofrer muito. Segundo, não deixá-lo sair desse mundo
como superior de uma Ordem ou comunidade. Terceiro, e mais surpreendente, que o
deixasse morrer desprezado e humilhado pelos seres humanos. Para ele, fazia
parte de sua religiosidade mística enfrentar os sofrimentos da Paixão de Jesus,
pois lhe proporcionava êxtases e visões. Seu misticismo era a inspiração para
seus escritos, que foram muitos e o colocam ao lado de santa Tereza de Ávila,
outra grande mística do seu tempo. Assim, foi atendido nos três pedidos.
Pouco antes de sua morte, João da Cruz teve graves dissabores por causa das
incompreensões e calúnias. Foi exonerado de todos os cargos da comunidade,
passando os últimos meses na solidão e no abandono. Faleceu após uma penosa
doença, em 14 de dezembro de 1591, com apenas quarenta e nove anos de idade, no
Convento de Ubeda, Espanha.
Deixou como legado sua volumosa obra escrita, de importante valor humanístico e
teológico. E sua relevante e incansável participação como reformador da Ordem
Carmelita Descalça. Foi canonizado em 1726 e teve sua festa marcada para o dia
de sua morte. São João da Cruz foi proclamado doutor da Igreja em 1926, pelo
papa Pio XI. Mais tarde, em 1952, foi declarado o padroeiro dos poetas
espanhóis.
13 de dezembro
Santa Luzia ou Lúcia
Santa Luzia ou Lúcia
Somente em 1894 o martírio da jovem Luzia,
também chamada Lúcia, foi devidamente confirmado, quando se descobriu uma
inscrição escrita em grego antigo sobre o seu sepulcro, em Siracusa, Nápoles. A
inscrição trazia o nome da mártir e confirmava a tradição oral cristã sobre sua
morte no início do século IV.
Mas a devoção à santa, cujo próprio nome está ligado à visão ("Luzia"
deriva de "luz"), já era exaltada desde o século V. Além disso, o
papa Gregório Magno, passado mais um século, a incluiu com todo respeito para
ser citada no cânone da missa. Os milagres atribuídos à sua intercessão a
transformaram numa das santas auxiliadoras da população, que a invocam,
principalmente, nas orações para obter cura nas doenças dos olhos ou da
cegueira.
Diz a antiga tradição oral que essa proteção, pedida a santa Luzia, se deve ao
fato de que ela teria arrancado os próprios olhos, entregando-os ao carrasco,
preferindo isso a renegar a fé em
Cristo. A arte perpetuou seu ato extremo de fidelidade cristã
através da pintura e da literatura. Foi enaltecida pelo magnífico escritor
Dante Alighieri, na obra "A Divina Comédia", que atribuiu a santa
Luzia a função da graça iluminadora. Assim, essa tradição se espalhou através
dos séculos, ganhando o mundo inteiro, permanecendo até hoje.
Luzia pertencia a uma rica família napolitana de Siracusa. Sua mãe, Eutíquia,
ao ficar viúva, prometeu dar a filha como esposa a um jovem da Corte local. Mas
a moça havia feito voto de virgindade eterna e pediu que o matrimônio fosse
adiado. Isso aconteceu porque uma terrível doença acometeu sua mãe. Luzia,
então, conseguiu convencer Eutíquia a segui-la em peregrinação até o túmulo de
santa Águeda ou Ágata. A mulher voltou curada da viagem e permitiu que a filha
mantivesse sua castidade. Além disso, também consentiu que dividisse seu dote
milionário com os pobres, como era seu desejo.
Entretanto quem não se conformou foi o ex-noivo. Cancelado o casamento, foi
denunciar Luzia como cristã ao governador romano. Era o período da perseguição
religiosa imposta pelo cruel imperador Diocleciano; assim, a jovem foi levada a
julgamento. Como dava extrema importância à virgindade, o governante mandou que
a carregassem à força a um prostíbulo, para servir à prostituição. Conta a
tradição que, embora Luzia não movesse um dedo, nem dez homens juntos
conseguiram levantá-la do chão. Foi, então, condenada a morrer ali mesmo. Os
carrascos jogaram sobre seu corpo resina e azeite ferventes, mas ela continuava
viva. Somente um golpe de espada em sua garganta conseguiu tirar-lhe a vida.
Era o ano 304.
Para proteger as relíquias de santa Luzia dos invasores árabes muçulmanos, em
1039, um general bizantino as enviou para Constantinopla, atual território da
Turquia. Elas voltaram ao Ocidente por obra de um rico veneziano, seu devoto,
que pagou aos soldados da cruzada de 1204 para trazerem sua urna funerária.
Santa Luzia é celebrada no dia 13 de dezembro e seu corpo está guardado na
Catedral de Veneza, embora algumas pequenas relíquias tenham seguido para a
igreja de Siracusa, que a venera no mês de maio também.
11 de dezembro
São Dâmaso I
Dâmaso era espanhol, mas não se descarta que ele
possa ter nascido em Roma, no ano 305. Culto e instruído, ocupou o trono da
Igreja de 366 a
384. Foi considerado um dos mais firmes e valentes sucessores de Pedro. Sem
temer as ameaças e protecionismos imperiais, demitiu de uma só vez todos os
bispos que mantinham vínculo com a heresia ariana, trazendo estabilidade à
Igreja através da unidade, da obediência e respeito ao papa de Roma.
Sua eleição foi tumultuada por causa da oposição. Houve até luta armada entre
as facções, vitimando cento e trinta e sete pessoas. Mas, ao assumir, o então
papa Dâmaso I trouxe de volta a tradição da doutrina à Igreja, havendo um
florescimento de ritos, orações e pregações durante seu mandato. Devem-se a
ele, por exemplo, os estudos para a revisão dos textos da Bíblia e a nova
versão em latim feita pelo depois são Jerônimo, seu secretário.
Em seu governo, a Igreja conseguiu uma nova postura e respeito na sua
participação na vida pública civil. Os bispos podiam escrever, catequizar,
advertir e condenar. Esse papa sabia como ninguém fazer-se entender com os
impérios e reinados e conseguia paz para que a Igreja se autogerisse. Foi uma
figura digna do seu tempo, pois conviveu com grandes destaques do cristianismo,
como os santos: Ambrósio, Agostinho e Jerônimo, só para citar alguns.
Além de administrador, era, também, um poeta inspirado pelas orações e cânticos
antigos e um excelente arqueólogo. Graças a ele as catacumbas foram
recuperadas, com o próprio papa percorrendo-as para identificar os túmulos dos
mártires e dar-lhes as devidas honras. Nesse mesmo local exaltou os mártires em
seus famosos "Títulos", ou seja, epigramas talhados nas pedras pelo
calígrafo Dionísio Filocalo, com os lindos poemas que escrevia especialmente
para cada um.
Dâmaso I escolheu, pessoalmente, o túmulo no qual gostaria que fossem
depositados seus restos mortais. Na cripta dos papas, localizada nas Catacumbas
de São Calisto, ao término dos seus escritos em honra deles, deixou registrado:
"Aqui, eu, Dâmaso, gostaria que fossem depositados meus espólios. Mas temo
perturbar as piedosas cinzas dos mártires".
Ao morrer, em 384, com quase oitenta anos, foi sepultado num solitário e
humilde túmulo na via Andreatina, que ele, discreto, preparara para si. Santo
papa Dâmaso I é venerado no dia 11 de dezembro.
Como toda aparição de Nossa Senhora, a que é
venerada hoje é emocionante também. Talvez esta seja uma das mais comoventes,
pelo milagre operado no episódio e pela dúvida lançada por um bispo sobre sua
aparição a um simples índio mexicano.
Tudo se passou em 1531, no México, quando os missionários espanhóis já haviam
aprendido a língua dos indígenas. A fé se espalhava lentamente por essas terras
mexicanas, cujos rituais astecas eram muito enraizados. O índio João Diogo
havia se convertido e era devoto fervoroso da Virgem Maria. Assim, foi o
escolhido para ser o portador de sua mensagem às nações indígenas. Nossa
Senhora apareceu a ele várias vezes.
A primeira vez, quando o índio passava pela colina de Tepyac, próxima da Cidade
do México, atual capital, a caminho da igreja. Maria lhe pediu que levasse uma
mensagem ao bispo. Ela queria que naquele local fosse erguida uma capela em sua
honra. Emocionado, o índio procurou o bispo, João de Zumárraga, e contou-lhe o
ocorrido. Mas o sacerdote não deu muito crédito à sua narração, não dando
resposta se iria, ou não, iniciar a construção.
Passados uns dias, Maria apareceu novamente a João Diogo, que desta vez
procurou o bispo com lágrimas nos olhos, renovando o pedido. Nem as lágrimas
comoveram o bispo, que exigiu do piedoso homem uma prova de que a ordem partia
mesmo de Nossa Senhora.
Deu-se, então, o milagre. João Diogo caminhava em direção à capital por um
caminho distante da colina onde, anteriormente, as duas visões aconteceram. O
índio, aflito, ia à procura de um sacerdote que desse a unção dos enfermos a um
tio seu, que agonizava. De repente, Maria apareceu à sua frente, numa visão
belíssima. Tranqüilizou-o quanto à saúde do tio, pois avisou que naquele mesmo
instante ele já estava curado. Quanto ao bispo, pediu a João Diogo que colhesse
rosas no alto da colina e as entregasse ao religioso. João ficou surpreso com o
pedido, porque a região era inóspita e a terra estéril, além de o país
atravessar um rigoroso inverno. Mas obedeceu e, novamente surpreso, encontrou
muitas rosas, recém-desabrochadas. João colocou-as no seu manto e, como a
Senhora ordenara, foi entrega-las ao bispo como prova de sua presença.
E assim fez o fiel índio. Ao abrir o manto cheio de rosas, o bispo viu
formar-se, impressa, uma linda imagem da Virgem, tal qual o índio a descrevera
antes, mestiça. Espantado, o bispo seguiu João até a casa do tio moribundo e
este já estava de pé, forte e saudável. Contou que Nossa Senhora
"morena" lhe aparecera também, o teria curado e renovado o pedido.
Queria um santuário na colina de Tepyac, onde sua imagem seria chamada de Santa
Maria de Guadalupe. Mas não explicou o porquê do nome.
A fama do milagre se espalhou. Enquanto o templo era construído, o manto com a
imagem impressa ficou guardado na capela do paço episcopal. Várias construções
se sucederam na colina, ampliando templo após templo, pois as romarias e
peregrinações só aumentaram com o passar dos anos e dos séculos.
O local se tornou um enorme santuário, que abriga a imagem de Nossa Senhora na
famosa colina, e ainda se discute o significado da palavra Guadalupe. Nele,
está guardado o manto de são João Diego, em perfeito estado, apesar de passados
tantos séculos. Nossa Senhora de Guadalupe é a única a ser representada como
mestiça, com o tom de pele semelhante ao das populações indígenas. Por isso o
povo a chama, carinhosamente, de "La Morenita ", quando a celebra no dia 12 de
dezembro, data da última aparição.
Foi declarada padroeira das Américas, em 1945, pelo papa Pio XII. Em 1979, como
extremado devoto mariano, o papa João Paulo II visitou o santuário e consagrou,
solenemente, toda a América Latina a Nossa Senhora de Guadalupe.
10 de dezembro
São João Roberts
São João Roberts
A biografia de são John Roberts, para nós João
Roberts, nos mostra um inglês profundamente católico que, fora de sua pátria,
conseguia pregar e professar sua fé e sua religião. Mas bastava pôr os pés em
sua terra natal, era preso. Várias vezes retornou à liberdade só por
intervenção de estrangeiros importantes. Acabou se tornando o primeiro monge a
ser executado na Inglaterra, logo após a coroação do rei Henrique VIII.
João Roberts nasceu no condado de Merioneth, em 1576. Seus pais eram os nobres
João e Ana Roberts, protestantes cujos antepassados foram príncipes de Gales.
Estudou na famosa Faculdade de São João, em Oxford, mas saiu sem graduação.
Depois, formou-se em direito, aos vinte e um anos, em Londres.
Na época, Roma determinou que uma missão beneditina fosse enviada à Inglaterra.
João Roberts, que acabara seus estudos em Salamanca, passou a integrar as
fileiras da missão. Bastou desembarcar na Inglaterra, foi imediatamente preso,
sendo libertado quando o rei Jaime assumiu o poder, em 1603.
Londres, no verão daquele ano, foi abalada pela epidemia da peste. João, então,
trabalhou, incansavelmente, atendendo aos doentes. Tanto destaque teve durante
esse período que foi preso novamente durante um ano, até 1606, em Gatehouse. Conseguiu
a liberdade por intervenção de uma senhora espanhola, Luísa de Carvajal, muito
influente na Corte inglesa, apesar de católica, por causa dos negócios
existentes entre os dois países na época.
Assim, João se exilou na Espanha. Depois, organizou o Mosteiro de São Gregório
em Douai, na França, do qual foi o primeiro prior. Em outubro de 1607, João
Roberts voltou à Inglaterra e foi preso novamente. Mais uma vez, escapou, mas
foi recapturado e, dessa vez, só conseguiu a liberdade por intervenção do
embaixador da França. Saiu do país, mas, quando voltou, foi preso outras duas
vezes, sendo, finalmente, em 1610, conduzido à presença do bispo protestante
Abbot e condenado à morte na fogueira.
Foi queimado no dia 10 de dezembro do mesmo ano, na praça pública de Londres.
Na sua fala, pouco antes de morrer, lamentou o monstro da heresia, o rei dos
ingleses, e rezou por todos. Alguns séculos depois, foi beatificado, em 1929. O
papa Paulo VI canonizou são João Roberts em 1970. A sua homenagem
litúrgica ocorre no dia de sua morte.
Os registros oficiais narram que Juan Diego,
para nós João Diego, nasceu em 1474 na calpulli, ou melhor, no bairro de
Tlayacac ao norte da atual Cidade do México. Era um índio nativo, que antes de
ser batizado tinha o nome de Cuauhtlatoatzin, traduzido como "águia que
fala" ou "aquele que fala como águia".
Era um índio pobre, pertencia à mais baixa casta do Império Azteca, sem ser,
entretanto, um escravo. Dedicava-se ao difícil trabalho no campo e à fabricação
de esteiras. Possuía um pedaço de terra, onde vivia feliz com a esposa, numa
pequena casa, mas não tinha filhos.
Atraído pela doutrina dos padres franciscanos que chegaram ao México em 1524,
se converteu e foi batizado, junto como sua esposa. Receberam o nome cristão de
João Diego e Maria Lúcia, respectivamente. Era um homem dedicado, religioso,
que sempre se retirava para as orações contemplativas e penitências. Costumava
caminhar de sua vila à Cidade do México, a quatorze milhas de distância, para
aprender a Palavra de Cristo. Andava descalço e vestia, nas manhãs frias, uma
roupa de tecido grosso de fibra de cactos como um manto, chamado tilma ou
ayate, como todos de sua classe social.
A esposa, Maria Lúcia, ficou doente e faleceu em 1529. Ele, então, foi morar
com seu tio, diminuindo a distância da igreja para nove milhas. Fazia esse
percurso todo sábado e domingo, saindo bem cedo, antes do amanhecer. Durante
uma de suas idas à igreja, no dia 9 de dezembro de 1531, por volta de três
horas e meia, entre a vila e a montanha, ocorreu a primeira aparição de Nossa
Senhora de Guadalupe, num lugar hoje chamado "Capela do Cerrinho",
onde a Virgem Maria o chamou em sua língua nativa, nahuatl, dizendo:
"Joãozinho, João Dieguito", "o mais humilde de meus filhos",
"meu filho caçula", "meu queridinho".
A Virgem o encarregou de pedir ao bispo, o franciscano João de Zumárraga, para
construir uma igreja no lugar da aparição. Como o bispo não se convenceu, ela
sugeriu que João Diego insistisse. No dia seguinte, domingo, voltou a falar com
o bispo, que pediu provas concretas sobre a aparição.
Na terça-feira, 12 de dezembro, João Diego estava indo à cidade quando a Virgem
apareceu e o consolou. Em seguida, pediu que ele colhesse flores para ela no
alto da colina de Tepeyac. Apesar do frio inverno, ele encontrou lindas flores,
que colheu, colocou no seu manto e levou para Nossa Senhora. Ela disse que as
entregasse ao bispo como prova da aparição. Diante do bispo, João Diego abriu
sua túnica, as flores caíram e no tecido apareceu impressa a imagem de Nossa
Senhora de Guadalupe. Tinha, então, cinqüenta e sete anos.
Após o milagre de Guadalupe, foi morar numa sala ao lado da capela que acolheu
a sagrada imagem, depois de ter passado seus negócios e propriedades ao seu
tio. Dedicou o resto de sua vida propagando as aparições aos seus conterrâneos
nativos, que se convertiam. Ele amou, profundamente, a santa eucaristia, e
obteve uma especial permissão do bispo para receber a comunhão três vezes na
semana, um acontecimento bastante raro naqueles dias.
João Diego faleceu no dia 30 de maio de 1548, aos setenta e quatro anos, de
morte natural.
O papa João Paulo II, durante sua canonização em 2002, designou a festa
litúrgica para 9 de dezembro, dia da primeira aparição, e louvou são João
Diego, pela sua simples fé nutrida pelo catecismo, como um modelo de humildade
para todos nós.
8 de dezembro
Imaculada Conceição de Maria
Imaculada Conceição de Maria
O dogma da Imaculada Conceição de Maria é um dos
dogmas mais queridos ao coração do povo cristão. Os dogmas da Igreja são as
verdades que não mudam nunca, que fortalecem a fé que carregamos dentro de nós
e que não renunciamos nunca.
A convicção da pureza completa da Mãe de Deus, Maria, ou seja, esse dogma, foi
definida em 1854, pelo papa Pio IX, através da bula "Ineffabilis
Deus", mas antes disso a devoção popular à Imaculada Conceição de Maria já
era extensa. A festa já existia no Oriente e na Itália meridional, então
dominada pelos bizantinos, desde o século VII.
A festa não existia, oficialmente, no calendário da Igreja. Os estudos e
discussões teológicas avançaram através dos tempos sem um consenso positivo.
Quem resolveu a questão foi um frade franciscano escocês e grande doutor em
teologia chamado bem-aventurado João Duns Scoto, que morreu em 1308. Na linha
de pensamento de são Francisco de Assis, ele defendeu a Conceição Imaculada de
Maria como início do projeto central de Deus: o nascimento do seu Filho feito
homem para a redenção da humanidade.
Transcorrido mais um longo tempo, a festa acabou sendo incluída no calendário
romano em 1476. Em 1570, foi confirmada e formalizada pelo papa Pio V, na
publicação do novo ofício, e, finalmente, no século XVIII, o papa Clemente XI
tornou-a obrigatória a toda a cristandade.
Quatro anos mais tarde, as aparições de Lourdes foram as prodigiosas
confirmações dessa verdade, do dogma. De fato, Maria proclamou-se, explicitamente,
com a prova de incontáveis milagres: "Eu sou a Imaculada Conceição".
Deus quis preparar ao seu Filho uma digna habitação. No seu projeto de redenção
da humanidade, manteve a Mãe de Deus, cheia de graça, ainda no ventre materno.
Assim, toda a obra veio da gratuidade de Deus miseriordioso. Foi Deus que
concedeu a ela o mérito de participar do seu projeto. Permitiu que nascesse de
pais pecadores, mas, por preservação divina, permanecesse incontaminada.
Maria, então, foi concebida sem a mancha do orgulho e do desamor, que é o
pecado original. Em vista disso, a Imaculada Conceição foi a primeira a receber
a plenitude da bênção de Deus, por mérito do seu Filho, e que se manifestou na
morte e na Ressurreição de Cristo, para redenção da humanidade que crê e segue
seus ensinamentos.
Hoje, não comemoramos a memória de um santo, mas a solenidade mais elevada,
maior e mais preciosa da Igreja: a Imaculada Conceição da Santíssima Virgem
Maria, a rainha de todos os santos, a Mãe de Deus.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
7 de dezembro
Santo Ambrósio
Conselheiro e pai
espiritual de três imperadores romanos, Graciano, Valentiniano II e Teodósio I,
Ambrósio é o símbolo da Igreja nascente, após os sofridos anos de perseguições
e vida escondida. Foi graças à sua atuação que a Igreja de Roma conseguiu tratar
com o poder público sem servilismo.
Tanto que Ambrósio chegou a repreender asperamente o imperador Teodósio I, obrigando-o a fazer uma penitência pública por ter massacrado a população da Tessalônica para conter uma revolta. A sua figura representa o ideal de bispo pastor, que se deve impor como símbolo de liberdade e de pacificação para o Povo de Deus.
Nasceu em Trèves, atual Alemanha, por volta do ano 339. Era de família cristã: seu pai era alto funcionário do Império Romano, governador de uma província do outro lado dos Alpes, no norte da Itália. Quando o pai morreu, a família foi para Roma, onde Ambrosio estudou direito, retórica e iniciou sua carreira jurídica.
Certa vez, estava em Milão quando o bispo morreu. Bom jurista e funcionário imperial, procurou evitar um conflito nas novas eleições eclesiásticas com um discurso firme e muito sensato. Foi tão sereno e equilibrado que, ao final, a assembléia o aclamou o novo bispo de Milão. Muito surpreso, recusou, dizendo que essa não era a sua intenção, até porque era um pecador, e não era ainda batizado, ainda se preparava para esse sacramento. Mas não adiantou. Logo foi batizado e consagrado.
Desde então, dedicou-se com afinco ao estudo das Sagradas Escrituras. Não era intelectual, mas suas obras litúrgicas, comentários sobre as Escrituras e tratados ascético-morais o fizeram especialista da doutrina cristã e da arte de administrar a comunidade cristã a ele confiada.
A marca do seu apostolado foi impressa pela importância que deu aos valores da virgindade de Maria e dos mártires de Cristo. Considerado o pai da liturgia ambrosiana, recebeu com mérito o título de doutor da Igreja.
Os livros de sua autoria que chegaram até nós são, quase todos, a reprodução de suas pregações e sermões. Agostinho, convertido por ele e um dos seus ouvintes freqüentes, conta que o prestígio dos sermões do bispo Ambrósio de Milão era enorme, graças ao eficaz tom de voz e sua eloqüência com a escolha das palavras. Por isso foi chamado de "o apóstolo da amizade".
Morreu em Milão, em 4 de abril de 397, uma Sexta-Feira Santa. Santo Ambrósio é venerado no dia 7 de dezembro, data em que, no ano 374, foi aclamado pela população bispo de Milão.
Tanto que Ambrósio chegou a repreender asperamente o imperador Teodósio I, obrigando-o a fazer uma penitência pública por ter massacrado a população da Tessalônica para conter uma revolta. A sua figura representa o ideal de bispo pastor, que se deve impor como símbolo de liberdade e de pacificação para o Povo de Deus.
Nasceu em Trèves, atual Alemanha, por volta do ano 339. Era de família cristã: seu pai era alto funcionário do Império Romano, governador de uma província do outro lado dos Alpes, no norte da Itália. Quando o pai morreu, a família foi para Roma, onde Ambrosio estudou direito, retórica e iniciou sua carreira jurídica.
Certa vez, estava em Milão quando o bispo morreu. Bom jurista e funcionário imperial, procurou evitar um conflito nas novas eleições eclesiásticas com um discurso firme e muito sensato. Foi tão sereno e equilibrado que, ao final, a assembléia o aclamou o novo bispo de Milão. Muito surpreso, recusou, dizendo que essa não era a sua intenção, até porque era um pecador, e não era ainda batizado, ainda se preparava para esse sacramento. Mas não adiantou. Logo foi batizado e consagrado.
Desde então, dedicou-se com afinco ao estudo das Sagradas Escrituras. Não era intelectual, mas suas obras litúrgicas, comentários sobre as Escrituras e tratados ascético-morais o fizeram especialista da doutrina cristã e da arte de administrar a comunidade cristã a ele confiada.
A marca do seu apostolado foi impressa pela importância que deu aos valores da virgindade de Maria e dos mártires de Cristo. Considerado o pai da liturgia ambrosiana, recebeu com mérito o título de doutor da Igreja.
Os livros de sua autoria que chegaram até nós são, quase todos, a reprodução de suas pregações e sermões. Agostinho, convertido por ele e um dos seus ouvintes freqüentes, conta que o prestígio dos sermões do bispo Ambrósio de Milão era enorme, graças ao eficaz tom de voz e sua eloqüência com a escolha das palavras. Por isso foi chamado de "o apóstolo da amizade".
Morreu em Milão, em 4 de abril de 397, uma Sexta-Feira Santa. Santo Ambrósio é venerado no dia 7 de dezembro, data em que, no ano 374, foi aclamado pela população bispo de Milão.
6 de dezembro
São Nicolau
São Nicolau
Nicolau é também conhecido por São Nicolau de
Mira e de Bari. Venerado, amado e muito querido por todos os cristãos do
Ocidente e do Oriente. Sem dúvida alguma, é o santo mais popular da Igreja. Ele
é padroeiro da Rússia, de Moscou, da Grécia, de Lorena, na França, de Mira, na
Turquia, e de Bari, na Itália, das crianças, das moças solteiras, dos
marinheiros, dos cativos e dos lojistas. Por tudo isso os dados de sua vida se
misturam às tradições seculares do cristianismo.
Filho de nobres, Nicolau nasceu na cidade de Patara, na Ásia Menor, na metade do século III, provavelmente no ano 250. Foi consagrado bispo de Mira, atual Turquia, quando ainda era muito jovem e desenvolveu seu apostolado também na Palestina e no Egito. Mais tarde, durante as perseguições do imperador Diocleciano, foi aprisionado até a época em que foi decretado o Edito de Constantino, sendo finalmente libertado. Segundo alguns historiadores, o bispo Nicolau esteve presente no primeiro Concílio, em Nicéia, no ano 325.
Foi venerado como santo ainda em vida, tal era a fama de taumaturgo que gozava entre o povo cristão da Ásia. Morreu no dia 6 de dezembro de 326,em Mira. Imediatamente ,
o local da sepultura se tornou meta de intensa peregrinação. O seu culto se difundiu
antes na Ásia, e o local do seu túmulo, fora da área central de Mira, se tornou
meta de peregrinação.
O documento mais antigo sobre ele foi escrito por Metódio, bispo de Constantinopla, que em 842 relatou todos os milagres atribuídos a são Nicolau de Mira. Depois, mais de sete séculos passados da sua morte, "Nicolau de Mira" se tornou "Nicolau de Bari". Em1087, a cidade de Bari, em
Puglia, na Itália, sofria a subjugação dos normandos. E Mira já estava sob
domínio dos turcos muçulmanos. Setenta marinheiros italianos desembarcaram
nessa cidade e se apoderaram das suas relíquias mortais, transferindo-as para
Bari. O corpo de são Nicolau foi acolhido, triunfalmente, pela população de
Bari, que o elegeu seu padroeiro celestial. E ele não decepcionou: por sua
intercessão os prodígios e milagres ocorriam com grande freqüência. Seu culto
se propagou em toda a Europa. Então, a sua festa, no dia 6 de dezembro, foi
confirmada pela Igreja.
A tradição diz que os pais de Nicolau eram nobres, muito ricos e extremamente religiosos. Que era uma criança com inclinação à virtuosidade espiritual, pois nas quartas e nas sextas-feiras rejeitava o leite materno, ou seja, já praticava jejum voluntário. Quando jovem, desprezava os divertimentos e vaidades, preferindo freqüentar a igreja. Costumava fazer doações anônimas em moedas de ouro, roupas e comida às viúvas e aos pobres. Dizem que Nicolau colocava os presentes das crianças em sacos e os jogava dentro das chaminés à noite, para serem encontrados por elas pela manhã. Dessa tradição veio a sua fama de amigo das crianças. Mais tarde, ele foi incluído nos rituais natalinos no dia 25 de dezembro, ligando Nicolau ao nascimento do Menino Jesus.
Mais tarde, quando já era bispo, um pai, não tendo o dinheiro para constituir o dote de suas três filhas e poder bem casá-las, havia decidido mandá-las à prostituição. Nicolau tomou conhecimento dessa intenção, encheu três saquinhos com moedas de ouro, o dote de cada uma das jovens, para salvar-lhes a pureza. Durante três noites seguidas, foi à porta da casa daquele pai, onde deixava o dote para uma delas. Existem muitas tradições e também lendas populares que se criaram em torno deste santo, tão singelo e singular.
A sua figura bondosa e caridosa, símbolo da fraternidade cristã, mantém-se viva e impressa na memória de toda a cristandade. Agora, também na da humanidade toda, porque perpetuada através dos comerciantes nas vestes de Papai Noel nos países latinos, de Nikolaus na Alemanha e de Santa Claus nos países anglo-saxões. Mesmo sob falsas vestes, são Nicolau nos exemplifica e recorda o seu grande amor às crianças e aos pobres e a alegria em poder servi-los em nome de Deus.
Filho de nobres, Nicolau nasceu na cidade de Patara, na Ásia Menor, na metade do século III, provavelmente no ano 250. Foi consagrado bispo de Mira, atual Turquia, quando ainda era muito jovem e desenvolveu seu apostolado também na Palestina e no Egito. Mais tarde, durante as perseguições do imperador Diocleciano, foi aprisionado até a época em que foi decretado o Edito de Constantino, sendo finalmente libertado. Segundo alguns historiadores, o bispo Nicolau esteve presente no primeiro Concílio, em Nicéia, no ano 325.
Foi venerado como santo ainda em vida, tal era a fama de taumaturgo que gozava entre o povo cristão da Ásia. Morreu no dia 6 de dezembro de 326,
O documento mais antigo sobre ele foi escrito por Metódio, bispo de Constantinopla, que em 842 relatou todos os milagres atribuídos a são Nicolau de Mira. Depois, mais de sete séculos passados da sua morte, "Nicolau de Mira" se tornou "Nicolau de Bari". Em
A tradição diz que os pais de Nicolau eram nobres, muito ricos e extremamente religiosos. Que era uma criança com inclinação à virtuosidade espiritual, pois nas quartas e nas sextas-feiras rejeitava o leite materno, ou seja, já praticava jejum voluntário. Quando jovem, desprezava os divertimentos e vaidades, preferindo freqüentar a igreja. Costumava fazer doações anônimas em moedas de ouro, roupas e comida às viúvas e aos pobres. Dizem que Nicolau colocava os presentes das crianças em sacos e os jogava dentro das chaminés à noite, para serem encontrados por elas pela manhã. Dessa tradição veio a sua fama de amigo das crianças. Mais tarde, ele foi incluído nos rituais natalinos no dia 25 de dezembro, ligando Nicolau ao nascimento do Menino Jesus.
Mais tarde, quando já era bispo, um pai, não tendo o dinheiro para constituir o dote de suas três filhas e poder bem casá-las, havia decidido mandá-las à prostituição. Nicolau tomou conhecimento dessa intenção, encheu três saquinhos com moedas de ouro, o dote de cada uma das jovens, para salvar-lhes a pureza. Durante três noites seguidas, foi à porta da casa daquele pai, onde deixava o dote para uma delas. Existem muitas tradições e também lendas populares que se criaram em torno deste santo, tão singelo e singular.
A sua figura bondosa e caridosa, símbolo da fraternidade cristã, mantém-se viva e impressa na memória de toda a cristandade. Agora, também na da humanidade toda, porque perpetuada através dos comerciantes nas vestes de Papai Noel nos países latinos, de Nikolaus na Alemanha e de Santa Claus nos países anglo-saxões. Mesmo sob falsas vestes, são Nicolau nos exemplifica e recorda o seu grande amor às crianças e aos pobres e a alegria em poder servi-los em nome de Deus.
5 de dezembro
São Sabas
Os bárbaros godos são conhecidos, na história,
por suas guerras de conquista contra terras e nações cristãs. Pagãos,
perseguiram e executaram milhares de católicos, mas não puderam impedir a
conversão de várias famílias. Foi numa dessas que nasceu Sabas, no ano 439.
Nascido na Capadócia, Sabas teve uma infância difícil. A disputa dos parentes por sua herança o levou a procurar ajuda num mosteiro, onde foi acolhido apesar de ser ainda uma criança. Apesar de pouca instrução, tornou-se um sábio na doutrina cristã. Desde então, transcorreu sua longa vida entre os mosteiros da Palestina. Experimentou a vida monástica cenobítica, ou seja, comunitária; depois passou para o mosteiro dos anacoretas, onde os monges se nutrem na solidão, preferindo esta última. Dividiu tudo o que herdou entre os cristãos pobres e doentes. Trabalhou na conversão de seus conterrâneos e ajudando os cristãos perseguidos em sua pátria. Era, antes de tudo, um caridoso e valente. Naquela época, havia o decreto de que cristãos, para serem poupados, deveriam comer a carne dos animais mortos aos deuses pagãos. Muitos se utilizavam da estratégia de enganar os guardas, dando de comer aos familiares carnes comuns, e não as desses sacrifícios, salvando os familiares do martírio. Mas Sabas se recusava a mentir, chegando a protestar em público contra tal prática. Quando as perseguições se acentuaram, Sabas já gozava de muito prestígio, pois tinha fundado uma grande comunidade de monges anacoretas no vale de Cedron, na Palestina, chamada de "grande Laura". Ela começou naturalmente, com os eremitas ocupando as cavernas ao redor daquela em que vivia, isolado com os animais, e construíram um oratório. Foi assim que surgiu o que seria no futuro o Mosteiro de São Sabas. A fama dos prodígios que alcançava através das orações e também a grande sabedoria sobre a doutrina de Cristo, que tão bem defendia, fizeram essa comunidade crescer muito.A ele se atribui o fim de uma longa e calamitosa seca. Ocupava uma posição de liderança importante dentro da sociedade e do clero. A eloqüência da sua pregação do Evangelho atraía cada vez mais os pagãos à conversão. Sabas, então, já incomodava o poder pagão como autoridade cristã. Interferiu junto ao imperador, em Constantinopla, a favor dos mais pobres, contra os impostos. Organizou e liderou um verdadeiro e próprio exercito de monges anacoretas para dar apoio ao papa contra a heresia monofisista que agitou a Igreja do Oriente. Morreu em 5 de dezembro de 532, na Palestina, aos noventa e três anos de idade. São Sabas está presente na relação dos grandes sacerdotes fundadores do monaquismo da Palestina. A festa em sua honra ocorre no dia de sua morte. |
4 de dezembro
São João Damasceno
São João Damasceno
João Damasceno é considerado o último dos santos
Padres orientais da Igreja, antes que o Oriente se separasse definitivamente de
Roma, no ano 1054. Uma das grandes figuras do cristianismo, não só da época em
que viveu, mas de todos os tempos, especialmente pela obra teológica que nos
legou.
Seu nome de batismo era João Mansur. Nasceu no seio de uma família árabe cristã no ano 675, em Damasco, na Síria. Veio daí seu apelido "Damasceno" ou "de Damasco". Nessa época a cidade já estava dominada pelos árabes muçulmanos, que acabavam de conquistar, também, a Palestina. No início da ocupação, ainda se permitia alguma liberdade de culto e organização dos cristãos, dessa forma o convívio entre as duas religiões era até possível. A família dos Mansur ocupava altos postos no governo da cidade, sob a administração do califa muçulmano, espécie de prefeito árabe.
Dessa maneira, na juventude, João, culto e brilhante, se tornou amigo do califa, que depois o nomeou seu conselheiro, com o título de grão-visir de Damasco. Mas como era, ao mesmo tempo, um cristão reto e intransigente com a verdadeira doutrina, logo preferiu se retirar na Palestina. Foi ordenado sacerdote e ingressou na comunidade religiosa de São Sabas, e desde então viveu na penitência, na solidão, no estudo das Sagradas Escrituras, dedicado à atividade literária e à pregação.
Saía do convento apenas para pregar na igreja do Santo Sepulcro, para defender o rigor da doutrina. Suas homilias, depois, eram escritas e distribuídas para as mais diversas dioceses, o que o fez respeitado no meio do clero e do povo. Também a convite de João V, bispo de Jerusalém, participou, ao seu lado, no Concílio ecumênico de Nicéia, defendendo a posição da Igreja contra os hereges iconoclastas. O valor que passou para a Igreja foi através da santidade de vida, da humildade e da caridade, que fazia com que o povo já o venerasse como santo aindaem vida. Além
disso, por sua obra escrita, sintetizando os cinco primeiros séculos de
tentativas e esforços de sedimentação do cristianismo.
Suas obras mais importantes são "A fonte da ciência", "A fé ortodoxa", "Sacra paralela" e "Orações sobre as imagens sagradas", onde defende o culto das imagens nas igrejas, contra o conceito dos iconoclastas. Por causa desse livro, João Damasceno foi muito perseguido e até preso pelos hereges. Até mesmo o califa foi induzido a acreditar que João Damasceno conspirava, junto com os cristãos, contra ele. Mandou prendê-lo a aplicar-lhe a lei muçulmana: sua mão direita foi decepada, para que não escrevesse mais.
Mas pela fé e devoção que dedicava à Virgem Maria tanto rezou que a Mãe recolocou a mão no lugar e ele ficou curado. E foram inúmeras orações, hinos, poesias e homilias que dedicou, especialmente, a Nossa Senhora. Através de sua obra teológica foi ele quem deu início à teologia mariana. Morreu no ano 749, segundo a tradição, no Mosteiro de São Sabas. Tão importante foi sua contribuição para a Igreja que o papa Leão XIII o proclamou doutor da Igreja e os críticos e teólogos o declararam "são Tomás do Oriente". Sua celebração, no novo calendário litúrgico da Igreja, ocorre no dia 4 de dezembro.
Seu nome de batismo era João Mansur. Nasceu no seio de uma família árabe cristã no ano 675, em Damasco, na Síria. Veio daí seu apelido "Damasceno" ou "de Damasco". Nessa época a cidade já estava dominada pelos árabes muçulmanos, que acabavam de conquistar, também, a Palestina. No início da ocupação, ainda se permitia alguma liberdade de culto e organização dos cristãos, dessa forma o convívio entre as duas religiões era até possível. A família dos Mansur ocupava altos postos no governo da cidade, sob a administração do califa muçulmano, espécie de prefeito árabe.
Dessa maneira, na juventude, João, culto e brilhante, se tornou amigo do califa, que depois o nomeou seu conselheiro, com o título de grão-visir de Damasco. Mas como era, ao mesmo tempo, um cristão reto e intransigente com a verdadeira doutrina, logo preferiu se retirar na Palestina. Foi ordenado sacerdote e ingressou na comunidade religiosa de São Sabas, e desde então viveu na penitência, na solidão, no estudo das Sagradas Escrituras, dedicado à atividade literária e à pregação.
Saía do convento apenas para pregar na igreja do Santo Sepulcro, para defender o rigor da doutrina. Suas homilias, depois, eram escritas e distribuídas para as mais diversas dioceses, o que o fez respeitado no meio do clero e do povo. Também a convite de João V, bispo de Jerusalém, participou, ao seu lado, no Concílio ecumênico de Nicéia, defendendo a posição da Igreja contra os hereges iconoclastas. O valor que passou para a Igreja foi através da santidade de vida, da humildade e da caridade, que fazia com que o povo já o venerasse como santo ainda
Suas obras mais importantes são "A fonte da ciência", "A fé ortodoxa", "Sacra paralela" e "Orações sobre as imagens sagradas", onde defende o culto das imagens nas igrejas, contra o conceito dos iconoclastas. Por causa desse livro, João Damasceno foi muito perseguido e até preso pelos hereges. Até mesmo o califa foi induzido a acreditar que João Damasceno conspirava, junto com os cristãos, contra ele. Mandou prendê-lo a aplicar-lhe a lei muçulmana: sua mão direita foi decepada, para que não escrevesse mais.
Mas pela fé e devoção que dedicava à Virgem Maria tanto rezou que a Mãe recolocou a mão no lugar e ele ficou curado. E foram inúmeras orações, hinos, poesias e homilias que dedicou, especialmente, a Nossa Senhora. Através de sua obra teológica foi ele quem deu início à teologia mariana. Morreu no ano 749, segundo a tradição, no Mosteiro de São Sabas. Tão importante foi sua contribuição para a Igreja que o papa Leão XIII o proclamou doutor da Igreja e os críticos e teólogos o declararam "são Tomás do Oriente". Sua celebração, no novo calendário litúrgico da Igreja, ocorre no dia 4 de dezembro.
3 de dezembro
São Francisco Xavier
São Francisco Xavier
A Igreja sempre se apoiou nos missionários para
sua expansão no decorrer dos séculos. Primeiro foram os apóstolos que se
espalharam pelo mundo após a ressurreição de Jesus. Durante o período do
descobrimento, entre os séculos XV e XVI, o cristianismo encontrou nos
missionários da Companhia de Jesus, os jesuítas, a forma de iniciar a
evangelização nas Américas e no Oriente: Índia, Japão e China.
Francisco Xavier, considerado o maior dos missionários jesuítas, foi o fundador dessas missões no Oriente. Nasceu no reino de Navarra, Espanha, em 7 de abril de 1506. Era filho de uma família nobre, que havia projetado para ele um futuro de glória e riqueza no mundo, matriculando-o, com dezoito anos, na Universidade de Paris. Mas não foi no campo terreno que ele se sobressaiu e sim no espiritual. Francisco formou-se em filosofia e lecionava na mesma universidade, onde conheceu um aluno bem mais velho e de idéias objetivas e tudo mudou. Tratava-se do futuro santo Inácio de Loyola, fundador dos jesuítas.
Loyola sonhava formar uma companhia de apóstolos para a defesa e propagação do cristianismo no mundo. Viu em Francisco alguém capaz de ajudá-lo na empreitada e tentou conquistá-lo para a causa. Tarefa que se revelou nada fácil, por causa do orgulho e da ambição que Xavier tinha, projetadas em si por sua família. Loyola, enfim, convenceu-o com uma frase que lhe tocou a alma: "De que vale a um homem ganhar o mundo inteiro se perder sua alma?" (Mc 8, 36). Francisco tomou-a como lema e nunca mais a abandonou, nem ao seu autor, Jesus Cristo.
Os papéis se inverteram e Inácio passou a ser mestre de seu professor, ensinando-lhe o difícil caminho da humildade e dos exercícios espirituais. Francisco, por fim, se retirou por quarenta dias na solidão, preparando-se para receber a ordenação sacerdotal. Celebrou sua primeira missa com trinta e um anos e se tornou co-fundador da Companhia de Jesus. Passou, então, a cuidar dos doentes leprosos, doença de então, segregados pela sociedade. Com outros companheiros, fixou-se, em 1537, em Veneza, onde recolhia das ruas e tratava aqueles a quem ninguém tinha coragem de recolher.
Foi então que D. João III, rei de Portugal, pediu a Inácio de Loyola para organizar um grupo de sacerdotes que acompanhassem as expedições ao Oriente e depois evangelizassem as Índias. O grupo estava pronto e treinado quando um dos missionários adoeceu e Francisco Xavier decidiu tomar o seu lugar. O navio, com novecentos passageiros, entre eles Francisco Xavier, partiu de Lisboa com destino às Índias. Foi o início de uma viagem perigosíssima e cheia de transtornos, que demorou praticamente um ano. Durante todo esse tempo, Francisco trabalhou em todos os serviços mais humildes do navio. Era auxiliar de cozinha, faxineiro e enfermeiro. Finalmente, chegaram ao porto de Goa.
Desde então, Francisco Xavier realizou uma das missões mais árduas da Igreja Católica. Ia de aldeia em aldeia, evangelizava os nativos, batizava as crianças e os adultos. Reunia as aldeias em grupos, fundava comunidades eclesiais e deixava outro sacerdote para tocar a obra, enquanto investia em novas frentes apostólicas noutra região. Acabou saindo das Índias para pregar no Japão, além de ter feito algumas incursões clandestinas na China.
Numa delas, na ilha de Sacian, adoeceu e uma febre persistente o debilitou, levando-o à morte, em 3 de dezembro de 1552, com apenas quarenta e seis anos de idade. A Igreja o beatificou em 1619, canonizando-o em 1622. Celebrado no dia de sua morte, como exemplo do missionário moderno, são Francisco Xavier foi, com toda justiça, proclamado pela Igreja patrono das missões, e pelo trabalho tão significativo recebeu o apelido de "são Paulo do Oriente".
Francisco Xavier, considerado o maior dos missionários jesuítas, foi o fundador dessas missões no Oriente. Nasceu no reino de Navarra, Espanha, em 7 de abril de 1506. Era filho de uma família nobre, que havia projetado para ele um futuro de glória e riqueza no mundo, matriculando-o, com dezoito anos, na Universidade de Paris. Mas não foi no campo terreno que ele se sobressaiu e sim no espiritual. Francisco formou-se em filosofia e lecionava na mesma universidade, onde conheceu um aluno bem mais velho e de idéias objetivas e tudo mudou. Tratava-se do futuro santo Inácio de Loyola, fundador dos jesuítas.
Loyola sonhava formar uma companhia de apóstolos para a defesa e propagação do cristianismo no mundo. Viu em Francisco alguém capaz de ajudá-lo na empreitada e tentou conquistá-lo para a causa. Tarefa que se revelou nada fácil, por causa do orgulho e da ambição que Xavier tinha, projetadas em si por sua família. Loyola, enfim, convenceu-o com uma frase que lhe tocou a alma: "De que vale a um homem ganhar o mundo inteiro se perder sua alma?" (Mc 8, 36). Francisco tomou-a como lema e nunca mais a abandonou, nem ao seu autor, Jesus Cristo.
Os papéis se inverteram e Inácio passou a ser mestre de seu professor, ensinando-lhe o difícil caminho da humildade e dos exercícios espirituais. Francisco, por fim, se retirou por quarenta dias na solidão, preparando-se para receber a ordenação sacerdotal. Celebrou sua primeira missa com trinta e um anos e se tornou co-fundador da Companhia de Jesus. Passou, então, a cuidar dos doentes leprosos, doença de então, segregados pela sociedade. Com outros companheiros, fixou-se, em 1537, em Veneza, onde recolhia das ruas e tratava aqueles a quem ninguém tinha coragem de recolher.
Foi então que D. João III, rei de Portugal, pediu a Inácio de Loyola para organizar um grupo de sacerdotes que acompanhassem as expedições ao Oriente e depois evangelizassem as Índias. O grupo estava pronto e treinado quando um dos missionários adoeceu e Francisco Xavier decidiu tomar o seu lugar. O navio, com novecentos passageiros, entre eles Francisco Xavier, partiu de Lisboa com destino às Índias. Foi o início de uma viagem perigosíssima e cheia de transtornos, que demorou praticamente um ano. Durante todo esse tempo, Francisco trabalhou em todos os serviços mais humildes do navio. Era auxiliar de cozinha, faxineiro e enfermeiro. Finalmente, chegaram ao porto de Goa.
Desde então, Francisco Xavier realizou uma das missões mais árduas da Igreja Católica. Ia de aldeia em aldeia, evangelizava os nativos, batizava as crianças e os adultos. Reunia as aldeias em grupos, fundava comunidades eclesiais e deixava outro sacerdote para tocar a obra, enquanto investia em novas frentes apostólicas noutra região. Acabou saindo das Índias para pregar no Japão, além de ter feito algumas incursões clandestinas na China.
Numa delas, na ilha de Sacian, adoeceu e uma febre persistente o debilitou, levando-o à morte, em 3 de dezembro de 1552, com apenas quarenta e seis anos de idade. A Igreja o beatificou em 1619, canonizando-o em 1622. Celebrado no dia de sua morte, como exemplo do missionário moderno, são Francisco Xavier foi, com toda justiça, proclamado pela Igreja patrono das missões, e pelo trabalho tão significativo recebeu o apelido de "são Paulo do Oriente".
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